Reunião em Curitiba contou com a presença de diversas(os) profissionais
Na noite da última quinta-feira (16), Psicólogas(os) se reuniram na sede do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CPR-PR), em Curitiba, para discutir as condições de trabalho destas(es) profissionais em planos e convênios de saúde. Devido ao grande número de denúncias das dificuldades encontradas pelas(os) profissionais da área, a reunião – organizada pelo Sindicato dos Psicólogos do Paraná (SindyPsi) – tornou-se necessária para ouvir os problemas enfrentados pela categoria. Entre os temas abordados estão a falta de autonomia da(o) profissional, a baixa remuneração e o curto tempo para realizar um atendimento psicológico.
Remuneração
Uma das principais reclamações foi sobre a remuneração, visto que, na maioria dos casos, não são realizados contratos com as(os) profissionais que, por serem autônomas(os), perdem direitos trabalhistas básicos como, por exemplo, saber ao certo quanto se recebe para cada atendimento realizado.
A desvalorização do salário foi outro ponto bastante questionado, pois as clínicas que oferecem os convênios costumam repassar às(os) Psicólogas(os) a menor porcentagem dos pagamentos (algo em torno de 40%). Segundo os participantes do eventos, a transparência no repasse do pagamento é algo essencial para a identidade e valorização do trabalho da(o) profissional da Psicologia.
Tempo de atendimento
Estipular um tempo máximo de atendimento psicológico chega a ser algo desumano, visto que a(o) profissional está trabalhando com uma pessoa (que muitas vezes leva tempo para conseguir expressar seus sentimentos) e não com uma máquina programada com horários específicos. A falta de um responsável técnico também foi citada como um problema; muitas vezes a(o) profissional encontra um empecilho na sua rotina de trabalho e simplesmente não tem a quem se reportar.
Desvalorização
A falta de conversa dos planos de saúde com o Conselho e com o Sindicato foi considerada a principal adversidade na garantia de condições de trabalho decentes para as(os) Psicólogas(os). Uma das questões trazidas pelas(os) profissionais é de que os planos, atualmente, não são justos com as(os) profissionais da Psicologia, por serem voltados mais aos interesses da Medicina.
Encaminhamentos
Como principal encaminhamento definido na reunião decidiu-se manter as conversas entre o Grupo de Trabalho (GT) de Clínica do SindyPsi e a Comissão de Psicologia Clínica do CRP-PR, tornando-se, então, um grupo permanente de discussão.
Outros encaminhamentos foram possíveis reuniões com representantes de planos; a criação de um modelo de contrato que sirva como um parâmetro para Psicólogas(os) e clínicas; elaboração de um documento que sirva de base para um diálogo futuro tanto com os planos de saúde quanto com a Agência Nacional da Saúde (ANS) e, por fim, o estabelecimento de uma ponte com outros profissionais que também passam por problemas com os planos de saúde, como fisioterapeutas e nutricionistas.
Uma próxima reunião para discutir esses temas está prevista para o dia 09 de março, às 19h, na sede do CRP-PR, em Curitiba.