Na última semana, entre os dias 7 e 9 de novembro, em Mendoza, na Argentina, foi realizado o “Seminário Latinoamericano – Integração da Psicologia latino-americana: defesa e fortalecimento dos direitos dos povos”. O CRP-PR esteve representado pela equipe composta pela conselheira presidenta, Ana Lígia Braguetto (CRP-08/08334), a conselheira vice-presidenta, Kathia Regina Galdino de Godoy (CRP-08/14630), conselheira secretária Pâmela Cristina Salles da Silva (CRP-08/20935), conselheira Sara Gladys Toninato (CRP-08/07092), e pelo conselheiro Paulo Karaí/Paulo Cesar de Oliveira (CRP-08/17066).
O seminário proporcionou a integração de profissionais da Psicologia latino-americana para discutir situações de vulnerabilidade de cada país. Também foi uma oportunidade para conhecer práticas de Psicologia em diversas culturas e políticas públicas diferentes, de acordo com a conselheira Kathia, que também pontua sobre o CRP-PR ter ocupado espaços de fala em mesas para contar um pouco das lutas e abordagens que o plenário trabalha.
A conselheira presidenta Ana Lígia comenta que foram abordadas as problemáticas enfrentadas pela população em situação de rua, pobreza e fome, além de temas graves como a violência contra pessoas LGBTQIAPN+, mulheres, racismo, sexismo e os traços do patriarcado. Ela também não deixa de destacar a presença de estudantes, que contribuíram com novas perspectivas em diálogo e finaliza dizendo: “o seminário não apenas reforçou a importância da Psicologia no enfrentamento das desigualdades, mas também reafirmou o comprometimento coletivo das pessoas presentes com causas urgentes”.
Neste sentido, a conselheira Sara Gladys também conta que a participação no seminário proporcionou momentos de muita reflexão sobre o trabalho de profissionais de Psicologia e destaca a discussão sobre o colonialismo: “discutir colonialismo é entender o processo histórico de opressão e dominação presente em nossos países, que trazem consequências graves para a subjetividade de todos”, afirma. Ela também pontua que situações de violência foram abordadas diversas vezes no seminário e por isso a Psicologia é convocada a assumir o compromisso com o bem-estar da população.
Sobre a forma como o exercício das práticas psicológicas é feito na América Latina, as discussões no seminário pontuaram que é necessário se afastar dos moldes eurocêntricos e valorizar os saberes locais que competem com a realidade da região. Neste contexto, o conselheiro Paulo comenta: “ao descolonizar a Psicologia, podemos construir um campo mais democrático e representativo, que contribua efetivamente para a construção de uma sociedade mais igualitária”.
A união da categoria latino-americana é uma forma de alinhar os objetivos e necessidades que os países podem enfrentar juntos. O reconhecimento das vulnerabilidades dentro dessa localidade é uma forma de direcionar a Psicologia a fim de que essa ciência atenda às reais necessidades das pessoas. Assim, a realização do ULAPSI é uma forma de evidenciar essa questão por meio de propostas que de fato cuidem da saúde mental e direitos da população da América Latina.