O surgimento de uma pandemia a partir de um novo tipo de coronavírus (COVID-19) tem levado a muitas mudanças no nosso dia a dia. Diante desse cenário atual e a necessidade do chamado “isolamento social”, surge a necessidade de refletirmos sobre todos as pessoas envolvidas em seus diferentes ciclos de vida.
A criança, desde muito pequena, não está isenta desses impactos: a vida em um espaço restrito, as escolas fechadas, os parques e passeios suspensos, o contato com os familiares e amigos que não ocorrem mais como antes. Além disso, é possível observar pais, mães e responsáveis preocupadas(os), assombradas(os) com seus medos e angústias, com dificuldades para dar conta de seus próprios sofrimentos e inseguranças… O que fazer?
O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), em consonância com as medidas de prevenção preconizadas pela Organização Mundial de Saúde e pelas demais autoridades sanitárias (municipais, estaduais, federal), e considerando seu compromisso social, elaborou algumas orientações para a prevenção da saúde mental de nossas crianças. Confira a seguir:
- Organize-se, reelabore a sua rotina e inclua as crianças. Clique aqui para conferir as orientações do CRP-PR para a saúde mental de pessoas adultas.
- Explique para a criança, em linguagem acessível, contemplando sua faixa etária, sobre o Coronavírus e destaque o motivo das mudanças na rotina (se precisar de ajuda, peça para alguém ou utilize alguns materiais que estão disponibilizados na internet). Importante salientar que não é um período de férias e que os adultos também estão trabalhando.
- Limite e acompanhe as informações que a criança vai receber nesse período (noticiários, mensagens por redes sociais, etc) e procure responder as dúvidas da criança.
- Construa uma nova rotina para a criança e a envolva nessa construção. Procure manter ao máximo a rotina anterior tal como: horário para acordar e dormir, refeições saudáveis, tempo para estudar, ler e brincar.
- Não se esqueça de incluir nessa rotina atividades lúdicas com a família. Aproveite o momento para estreitar os laços com a criança.
- Busque, se possível, estabelecer uma rotina de exercícios físicos leves, alongamentos e uma alimentação saudável.
- Desenvolva atividades lúdicas que as crianças também possam se divertir sozinhas, não se limitando ao uso das tecnologias, como, por exemplo, desenho e jogos de tabuleiro.
- Quando possível, propicie momentos de interação com os familiares e amigas(os) por meio de contatos telefônicos, e-mails, chamadas por vídeo e outros aplicativos.
- Converse com a criança sobre os sentimentos, pergunte se ela precisa de alguma informação, explique que as pessoas adultas também sentem as mudanças: podem ficar tristes, nervosas, agitadas, irritadas, com medo, mas que é preciso superar esse momento juntas(os), se ajudando.
- Não aterrorize as crianças, seja positiva(o) e mostre que esse momento vai passar e que, em breve, poderemos voltar a nossa rotina habitual.
Mais algumas orientações:
- Lembre-se que as crianças precisarão de um tempo para lidar com essas mudanças.
- Procure ser paciente, inicialmente elas podem ficar mais agitadas, irritadas ou apresentar alguma mudança no comportamento.
- Se você estiver muito irritada(o): se for possível, afaste-se da situação momentaneamente e peça para outra pessoa cuidar da criança, acalme-se é e só depois retorne.
- Se pais, mães e/ou responsáveis não moram na mesma casa, entrem em acordo quanto à convivência com a criança e facilitem a comunicação. Este período demanda muita união entre as pessoas.
- Muito importante: não se cobre demais caso não seja possível observar alguma dessas orientações. A situação é nova e muito exigente, com o tempo e com ajuda é possível conseguir se organizar melhor.