Conversar com os filhos, usar menos as redes sociais e se encontrar mais pessoalmente, fazer exercícios físicos, ter uma alimentação saudável. Estas são algumas estratégias que podem contribuir na prevenção do adoecimento mental, segundo integrantes da mesa-redonda “Quem cuida da mente cuida da vida”, promovida nesta quarta-feira (17) em Curitiba como parte do Janeiro Branco.
A campanha foi criada em 2014 e ganhou grandes proporções ao trazer uma proposta de cuidado em saúde mental. Como janeiro é um mês de analisar diversos aspectos da vida, a ideia é colocar as emoções em destaque, buscando melhor qualidade de vida. “Janeiro Branco é política pública. O profissional Psicólogo precisa ser inserido, então por isso a importância deste debate”, disse a Psicóloga Mariana Singeski (CRP-08/19674), uma das articuladoras da campanha em Curitiba.
Em sua palestra, que abordou os principais objetivos da campanha e mobilizou a sociedade e a categoria para ações práticas, Mariana lembrou que hoje se fala muito em sucesso, mas pouco em felicidade: “Ninguém para para perguntar o quanto você está bem. A pergunta é sempre o quanto você vai fazer mais”.
Esta mesma discussão voltou à tona quando o debate foi aberto após as palestras. O Psiquiatra Marcelo Von Der Heyde e o Psicólogo Tonio Luna (CRP-08/07258), juntamente com Mariana e a mediadora da mesa, Psicóloga Semiramis Vedovatto (CRP-08/06207), falaram sobre questões típicas da sociedade atual que estão contribuindo com o adoecimento mental da população. Entre elas, a redução no contato das famílias, especialmente com os filhos, o avanço das redes sociais e de padrões estéticos estabelecidos e a busca por sucesso financeiro em detrimento da felicidade, etc.
Quando procurar ajuda?
Esta luta diária para alcançar sucesso – financeiro, na maioria das vezes – frequentemente leva as pessoas a fugir de momentos de frustração e tristeza, como se eles não pudessem fazer parte da vida. “Está tudo bem não estar bem”, explica o médico Marcelo Von Der Heyde. No entanto, é preciso ter atenção a sinais de que a tristeza ou a ansiedade já não são pontuais e podem estar prejudicando a funcionalidade da vida. “Se a criança começa a ter notas muito abaixo da média dela é um sinal. Também a alteração no tom de voz da criança, que deixa de ser serelepe. As crianças e, principalmente, os adolescentes falam, mas a gente não sabe ouvir”, disse, explicando que é difícil falar das emoções, mas os pais e responsáveis precisam observar quando seus filhos não estão bem.
Em qualquer idade, o acolhimento humano é fundamental. “Quanto as pessoas estão carentes desse cuidado de sentido? Pra que que realmente eu estou aqui? Como eu invento a minha vida? Eu sempre penso que este é um cuidado psicológico importante. Como a gente se relaciona aqui para que isso valha a pena?”, questionou o Psicólogo Tonio Luna.
O papel da Psicologia nestes contextos é importante ao trazer acolhimento para o sofrimento e auxiliar na resiliência, capacidade de ser feliz mesmo quando as condições de vida são adversas. “Independente do seu local de atuação, que nós possamos ter um olhar inclusivo, acolhedor. Que nós Psicólogos possamos puxar o trem na saúde mental e trazer outros componentes para termos uma sociedade mais justa e mais humana”, desejou a Psicóloga Semiramis no fechamento no evento.
Leia também: Programação completa do Janeiro Branco e materiais informativos para download
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