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PcD: Conscientização é fundamental para maior uso de tecnologias assistivas

O uso de tecnologias assistivas – desde as mais simples, como óculos,  cadeiras de rodas, andadores, aparelhos auditivos e órteses, até as mais complexas, que envolvem equipamentos mais caros e modernos – pode representar mais segurança e qualidade de vida para pessoas com deficiência (PcD). No mundo todo, no entanto, cerca de 1 bilhão de pessoas (40% da população com algum tipo de deficiência) que poderiam se beneficiar destes recursos não têm este acesso garantido, segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). 

De acordo com a colaboradora da Comissão de Psicologia Anticapacitista do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), psicóloga Mariana de Mello Gusso Espinola (CRP-08/15835), uma das principais barreiras observadas no Brasil, principalmente no que tange às tecnologias mais simples e baratas, é a falta de elo entre a pesquisa universitária e a sociedade – laboratórios no Paraná, inclusive, vêm desenvolvendo tecnologias como softwares e hardwares de baixo custo que poderiam ajudar grande parcela da população, mas ainda não ganham a devida visibilidade.  

Um dos principais papéis da Psicologia é ir mudando aos poucos esse paradigma de sempre buscarmos parecer perfeitos, por mais que por dentro esteja doendo, esteja desmoronando.

Além disso, o preconceito sobre a suposta dificuldade de usar determinada tecnologia e uma cultura de parecer bem a todo custo – bastante arraigada no Brasil – contribuem para que estes sistemas de auxílio sejam rejeitados por medo ou vergonha. 

“A gente tem essa cultura de manter as aparências. Então, um dos principais papéis da Psicologia é ir mudando aos poucos esse paradigma de sempre buscarmos parecer perfeitos, por mais que por dentro esteja doendo, esteja desmoronando,” afirma a psicóloga, citando que tecnologias simples, como bengalas e aparelhos auditivos, poderiam salvar vidas de pessoas idosas, muito afetadas pelas quedas (grande causa de morte nesta faixa etária) e perda de capacidade de audição, um fator de risco para demência. 

A desinformação também é um entrave. “Algumas pessoas acreditam que ofertar a comunicação alternativa a uma criança pequena, por exemplo, vai impedi-la de aprender a falar, mas a ciência mostra o contrário,” exemplifica. 

As tecnologias assistivas não são para servir como uma dificuldade, mas para trazer a equidade e para que as pessoas possam exercer a sua cidadania.

Assim, a profissional destaca que é preciso haver um combo de ações: maior disseminação da ciência na comunidade, políticas públicas que tornem as cidades acessíveis para todas as pessoas e a mudança do que ela chama de “cultura da beleza”. A Psicologia tem o potencial de contribuir em todos estes âmbitos: cada profissional pode exercer papel relevante em suas áreas de atuação, seja na Clínica, na Escolar, Organizacional, Assistência Social e muitas outras. 

Neste Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (03/12), Mariana deixa o convite para que usemos a criatividade, sempre com base na ciência, para ajudar as pessoas ao nosso redor. “Lembrar que as tecnologias assistivas não são para servir como uma dificuldade, mas para trazer a equidade e para que as pessoas possam exercer a sua cidadania.”

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