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Nota de repúdio ao silenciamento sofrido pela coordenadora do Núcleo dos Povos Indígenas e Psicologia do CRP-PR

Nota de repúdio ao silenciamento sofrido pela coordenadora do Núcleo dos Povos Indígenas e Psicologia do CRP-PR. Texto em azul escuro, fundo azul claro sobre foto de mão de pessoa indígena, com pulseira. Grafismos e logo do CRP completam a imagem.

O Núcleo dos Povos Indígenas e Psicologia da Comissão Étnico-Racial do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) vem publicamente manifestar seu repúdio à forma discriminatória com que uma de suas coordenadoras foi tratada durante evento “Tecendo diálogos para práticas antirracistas”, na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Não se pode aceitar mais nenhuma ação racista. Em nenhum espaço. Sobretudo em espaço em que a proposta é justamente buscar soluções para que essas práticas sejam interrompidas. Na última terça-feira, dia 24 de outubro de 2023, durante evento da UEL em parceria com a prefeitura municipal de Londrina, uma dupla de estudantes indígenas sofreu racismo e invisibilidade.

Uma das coordenadoras desse núcleo, indígena guarani e estudante do quarto ano de Psicologia da mesma universidade, que fora convidada para fazer parte da mesa com a previsão de fala de cerca de dois minutos, sequer foi convidada para falar. Ali, presente na mesa. Demais integrantes e “autoridades” se pronunciaram. A voz indígena foi calada, mais uma vez.

Por óbvio, indígenas estudantes presentes no evento se retiraram em apoio à colega que sofreu invisibilidade, apagamento, discriminação, preconceito e racismo institucional. Uma violência que também atinge indígenas estudantes daquela universidade e toda a comunidade indígena de profissionais e estudantes de Psicologia do Paraná e do Brasil. Além de ser um ato abominável, fere diretamente o posicionamento da Psicologia enquanto ciência e profissão em sua defesa intransigente dos direitos humanos em toda a sua diversidade. Afinal, qualquer silenciamento em um espaço que se diz antirracista é inaceitável.

As opressões contra nosso povo já perduram por mais de 500 anos, como forma de dominação e de subjugar nossas existências. É absurdo que isso seja reproduzido num espaço de onde se espera alianças para com nossas lutas. Esse fato elucida, ainda mais e melhor, que só quem sente no corpo e na pele as dores da discriminação e do racismo é que pode dimensionar o tamanho do sofrimento e das perdas advindas de nossa realidade de exclusão social.

Não quiseram apoiar nossa luta. Quiseram falar por nós. E não precisamos disso. Aqui mesmo, nesse manifesto, gritamos: NADA SOBRE NÓS SEM NÓS!!!!

Esse Núcleo exige que a Universidade Estadual de Londrina se retrate publicamente e promova ações que nos incluam no diálogo antirracista.

Essa luta é indígena mas, como já se disse, é também da Psicologia. Não nos silenciarão. Não aceitaremos mais nenhum ato racista. Não passarão.

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