O mês de janeiro chegou ao fim e mais uma campanha pelo cuidado com a saúde mental se encerra no Paraná. Em 2019, o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) se juntou às(os) Psicólogas(os) para levar a mensagem do Janeiro Branco para a sociedade, promovendo e participando de diversas ações.
Em Curitiba, a semana escolhida para as atividades (21 a 27 de janeiro) começou com uma ação da Boca Maldita entregando temperos e um material explicativo da campanha. Quem chegava perto da tenda levava para casa uma muda de alecrim, manjericão, salsinha ou cebolinha e também um convite para dedicar mais tempo à saúde mental. “Cuide da sua saúde mental como cuidará desta plantinha” ou “coloque mais tempero na sua vida, conheça a Psicologia” eram algumas frases utilizadas pela equipe que trabalhou durante toda a manhã de segunda-feira e abordou cerca de duas mil pessoas.

A capital ainda recebeu o idealizador da campanha, Psicólogo Leonardo Abrahão Pires Rezende (CRP-04/36232), e sua esposa, a também Psicóloga Valéria de Souza Ribeiro (CRP-04/47951). Ambos participaram de uma mesa-redonda no CRP-PR na quarta-feira (23), juntamente com a Psiquiatra Helen Raquel Soares Tadini (CRM-PR/22688), o Educador Físico Julimar Luiz Pereira (CREF-09/00010) e a Psicóloga Mariana Fernandes Apolinário Nhiemetz Singeski (CRP-08/19674) –, e com a sociedade na quinta-feira (24), no Paço da Liberdade. “Eu sou da opinião de que sem informação a humanidade não consegue resolver os seus problemas. Humanos são seres da subjetividade, da comunicação de conteúdos com sentido, que pressupõe que coloquemos debates e reflexões em circulação. Como falar em saúde sem circular informações úteis para a fundamentação da saúde mental?”, questionou Leonardo Abrahão em entrevista concedida antes da palestra.
Precisamos ampliar que a saúde mental não é apenas a ausência de doenças. Às vezes a pessoa não tem doença mental nenhuma, mas não tem relacionamento social saudável
Psicólogo Leonardo Abrahão (CRP-04/36232)
Além disso, o domingo contou com uma atividade ao ar livre, com aulas de yoga e caminhada no parque Barigui. Outras cidades, como Campo Largo e Cascavel, também promoveram atividades nas ruas para informar a população sobre as possibilidades da atuação da Psicologia na prevenção, no acolhimento, resolução de conflitos e no desenvolvimento de pessoas e aprimoramento de instituições.
“A gente entende, de forma congruente com a OMS, que saúde mental é um estado de equilíbrio entre o seu estado físico e o seu estado emocional. Esse equilíbrio é encontrado em diversos momentos da vida do sujeito, tanto na relação dele consigo mesmo como na relação dele com o mundo, com o outro, com a vida. Tudo isso é uma forma de olhar para a saúde mental de forma ampliada”, disse Valéria na mesma entrevista. “Precisamos ampliar que a saúde mental não é apenas a ausência de doenças. Às vezes a pessoa não tem doença mental nenhuma, mas não tem relacionamento social saudável”, complementou Leonardo.
No sexto ano da campanha, Leonardo comemora os resultados: “Hoje podemos dizer que alcançamos um dos objetivos, que é iniciar esse processo da construção de uma cultura da Saúde Mental com indivíduos e instituições mobilizados de maneira autônoma. As instituições agindo por si mesmas em nome dessa cultura”.
Como cuidar da sua saúde mental em 2019?
Leonardo Abrahão explica que a campanha Janeiro Branco, em 2019, está focada em informar a população sobre algumas questões básicas sobre o cuidado em saúde mental. “A campanha Outubro Rosa, por exemplo, não fala sobre como o câncer se desenvolve. Ela explica para a mulher como fazer o autoexame”, compara. “Assim, alguns princípios básicos que estamos levando são: tenha mais afeto na sua vida, pratique mais diálogos, tenha mais tempo para si, invista em sua saúde, seja mais presente, respeite [as diferenças] e diga não a violências.”
Janeiro Lilás
O janeiro também é lilás para lembrar a visibilidade trans. O Paraná se engajou em diversas atividades para debater esta importante temática, como palestras e marchas. Em Curitiba, a Marcha “Diferença não é Doença” levou o Transgrupo Marcela Prado e o CRP-PR para a Boca Maldita para combater o preconceito contra esta população. Em Cascavel e em Londrina a luta aconteceu com palestras falando sobre os principais desafios enfrentados por mulheres e homens que não se identificam com seus gêneros de nascimento e como a Psicologia pode contribuir.