Na última terça-feira (21), a sede Maringá do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) promoveu o primeiro “Dialogando com a Psicologia Clínica”, que reuniu cerca de 30 profissionais desta área de atuação. O palestrante, Psicólogo Fábio Lopes (CRP-08/09877), fez um apanhado histórico sobre a política de atenção aos usuários de álcool e outras drogas e mencionou a história do abuso de substâncias incluindo os psicotrópicos. Lopes, que leciona na Universidade Estadual de Maringá (UEM), trouxe também dados de alguns países, contextualizando para a realidade brasileira. “As políticas públicas precisam ser revisadas, assim como o funcionamento da RAPS [Rede de Atenção Psicossocial]”, disse ele, mencionando a dificuldade que existe ao trabalhar em uma equipe interdisciplinar.
Psicólogo Fábio Lopes abordou a temática das drogas
No atendimento aos pacientes que fazem uso de álcool e outras drogas, o Psicólogo lembrou a importância de compreender as causas, que são multifatoriais, olhando a relação do sujeito com a substância. “A intervenção, onde quer que seja, pauta-se no acolhimento e o atendimento não deve necessariamente visar à abstinência”, disse ele, referindo à política de Redução de Danos. “Enquanto técnica, a Redução de Danos não é bem compreendida e tem pouco utilização no Brasil, mas é uma boa forma de conseguir resultados”.
Isso significa, segundo Lopes, que cada caso é único e deve ser analisado individualmente. “A subjetividade deve estar na pauta e não apenas o sintoma, para que as mudanças sejam internas, sem a qual as internações não adiantam nada”, enfatizou.
O encontro reuniu 32 Psicólogas(os) na sede Maringá
Próximo encontro
A Comissão de Psicologia Clínica de Maringá convida a todas(os) as(os) Psicólogas(os) para participar do próximo evento. A segunda edição do “Dialogando com a Psicologia Clínica” terá o tema “Suicídio: o que a(o) Psicóloga(o) Clínica(o) precisa saber?”, e acontece no dia 19 de julho, às 19h, também na sede Maringá.
A palestrante será a professora da UEM Lúcia Cecília da Silva, que atua na abordagem fenomenológica-existencial, morte e morrer, cuidado em saúde e psico-oncologia. Entre outros projetos, desenvolveu a pesquisa “O suicídio na sociedade contemporânea: um estudo sobre os sentimentos de urgência e inexistência”.