O encontro promovido pelo Núcleo de Psicologia e Migrações (NUPSIM), no último sábado (07), reuniu cerca de 20 profissionais e estudantes para debater a questão dos migrantes, refugiados e apátridas. Entre os participantes, havia representantes de entidades como o Instituto de Reintegração do Refugiado (ADUS) e O Planeta é Um Só (iniciativa de cidadãos para promover atividades de acolhida a migrantes, em parceria com o Instituto Tibagi).
O “Dialogando com Psicólogas(os) e sociedade sobre migrantes, refugiados e apátridas” já é um evento cativo no Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) e traz ao público algumas discussões importantes sobre as políticas públicas voltadas a esta população. No encontro deste sábado, o grupo acompanhou o relato de Adriane Ribas, integrante do NUPSIM, que falou sobre a construção do “Plano Estadual de Políticas Públicas para Promoção e Defesa dos Direitos de Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná”, resultante da 1ª Conferência Estadual sobre Migração e Refúgio do Paraná (1ª CEMIGRAR-PR). Outro desdobramento importante desta 1ª CEMIGRAR/PR foi a formação do CERMA (Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná), em que o CRP-PR é representado por Mariana Duarte, como membro efetivo, e César Fernandes como suplente.
Sintetizando a importância da luta por direitos dos sujeitos em migração, Adriane citou um trecho do texto básico que subsidiou os debates da 1ª CEMIGRAR Nacional: “Pensar nos direitos além e independentemente das fronteiras não é nada além de pensar em nossos próprios direitos, como pessoas e como coletividade. Olhar para o outro e pensar sua inclusão é também o modo de nos incluirmos, de pensar a superação de nossas próprias dificuldades e fragilidades. Mais do que nunca, para nos aproximarmos de um projeto de país mais justo, sustentável e inclusivo, teremos que falar e nos encontrar com o Brasil que está espalhado em cada parte do mundo onde há uma brasileira, um brasileiro, e com o mundo que todos os dias cruza nossas fronteiras”. (BRASIL, Ministério da Justiça, 2014, pág. 10).
Após a exposição de Adriane, houve um debate sobre os desafios de colocar em prática esta política, especialmente em um momento de acirramento do conservadorismo na sociedade brasileira, destacando-se a importância do NUPSIM e do Dialogando sobre Migrações para a sensibilização não apenas de Psicólogas(os), mas da sociedade como um todo.