Neste 29 de janeiro, Dia Nacional da Visibilidade Trans, o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) traz a público um vídeo em homenagem a esta população, mostrando cenas cotidianas de homens, mulheres e crianças transexuais com o objetivo de sensibilizar a sociedade em relação a estas vivências. Assim, espera-se contribuir para a redução das violências contra esta população e promover junto à sociedade em geral e profissionais da Psicologia um maior conhecimento sobre as identidades de gênero.
O sofrimento causado pelas diversas formas de discriminação enfrentadas por essa população acarreta uma série de dificuldades e pode levar a transtornos mentais. “Há uma grande incidência de doenças como a depressão, ansiedade e síndrome do pânico nesta comunidade. Também são extremamente altos e preocupantes os índices de suicídios causados pela violência a que são submetidas”, explica a Psicóloga Grazielle Tagliamento (CRP-08/17992), coordenadora do Núcleo de Diversidade de Gênero e Sexualidades (Diverges) da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR).
“Há uma grande incidência de doenças como a depressão, ansiedade e síndrome do pânico nesta comunidade. Também são extremamente altos e preocupantes os índices de suicídios causados pela violência a que são submetidas”
Grazielle comenta que a data é especialmente importante para Psicólogas(os), profissionais que podem e devem oferecer uma escuta empática e desprovida de qualquer preconceito para essas pessoas, uma vez que a própria legislação prevê o acompanhamento psicológico para o processo transexualizador. “Apesar do acompanhamento estar previsto, a(o) profissional de Psicologia não faz um diagnóstico. Não é a Psicóloga ou o Psicólogo que irá afirmar que a pessoa é transexual. Essa é uma expressão de gênero, portanto subjetiva, e que precisa ser respeitada”, explica Grazielle.
A coordenadora do Diverges lembra também que há uma intensa demanda dos movimentos sociais e LGBTTI pela despatologização da transexualidade e travestilidade. “Embora ainda conste em manuais de diagnósticos, já há consenso científico de que essas são formas de expressão de gênero e não representam nenhum tipo de transtorno ou, muito menos, doença”, afirmou.
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Portanto, explica a Psicóloga, profissionais da Psicologia devem realizar o atendimento destes pacientes com técnicas e condutas relativos à abordagem que adotam. Mas, as(os) profissionais não devem utilizar meios como, por exemplo, testes psicológicos com a intenção de “diagnosticar” a transexualidade.
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Outro equívoco, de acordo com Grazielle, seria buscar em estereótipos sobre a feminilidade e masculinidade parâmetros para tentar enquadrar as pessoas travestis e transexuais. “Com essas condutas, ao invés de as pessoas estarem em um ambiente acolhedor, o sofrimento acaba sendo aumentado pela conduta inadequada da(o) Psicóloga(o). Esses casos podem e devem ser denunciados ao CRP-PR”, alerta.
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