Após quase 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, a Psicóloga e pesquisadora Gabriela Reyes avalia o atual momento que vivemos como distante do ideal no respeito às diferenças e aos Direitos Humanos. Segundo ela, a Declaração, que aconteceu logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, foi necessária para o fim das atrocidades cometidas, mas ainda há um longo caminho. “Vemos muito preconceito contra negros e mulheres, por exemplo, e por conta de orientação sexual ou condição de estrangeiro. Esqueceram que somos pessoas”, diz ela, destacando que o currículo de Psicologia deve mudar para se adaptar à nossa realidade e preparar profissionais para situações diversas.
Gabriela Reyes desenvolve atualmente estudos sobre filhos de mulheres encarceradas, população ainda pouco reconhecida pelas políticas do Estado. De acordo com a pesquisadora, estas crianças precisam ser alvo de um trabalho para evitar a intergeracionalidade, ou seja, que tenham o mesmo destino de suas mães. “Quando a mulher é presa, a criança fica com os parentes, muitas vezes os mesmos que criaram a mãe”, explica. Além da Psicologia, Gabriela aponta a melhor arma contra o fenômeno da intergeracionalidade. “A educação é que vai fazer a diferença”.