Notícia

Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas: pela demarcação dos territórios, pela vida e pelo Bem Viver

Texto escrito pelo Núcleo de Psicologia e Povos Indígenas com colaboração da Comissão Étnico-Racial do CRP-PR

Neste 7 de fevereiro, Dia Nacional de Luta dos Povos Indígenas, ressaltamos a importância da luta e defesa dos territórios indígenas contra a lógica colonial e extrativista de uso da terra e dos recursos naturais. A luta pela terra e pela demarcação dos territórios indígenas é uma luta pela vida, já que, contrariamente à lógica branco-colonial – que compreende terra e territórios a partir da noção de propriedade privada e mercadoria -, a relação dos povos indígenas com a terra é de pertencimento. Nas palavras de Casé Angatu Xukuru Tupinambá: “Nós não somos donos da terra, nós somos a terra”

A luta dos povos indígenas pela defesa dos seus territórios e, junto a ela, das suas vidas e cosmologias, do seu Bem Viver, é também pelo reflorestamento dos modos de vida em sociedade e contra os marcos temporais coloniais – como Geni Daniela Núñez Longhini (CRP-12/ 217195) nomeia – que provocam o etnogenocídio, ou seja, o extermínio simbólico das culturas e, ao mesmo tempo, o extermínio concreto e material da vida da população indígena. Segundo Geni (2022), “as temporalidades originárias estão na contramão de todos os marcos temporais pautados na aceleração psicossocial, na exploração da terra, na percepção de que os demais seres são produtos, objetos, recursos e/ou propriedades etc.”  

Para Rejane Nunes de Carvalho (CRP-07/33225), a Psicologia precisa construir uma Psicologia Indígena para enfrentar de outra maneira os problemas que a colonização trouxe e que se perpetuam até hoje.  Enquanto profissionais de Psicologia, para que façamos parte dessa luta, é necessário assumirmos, também, uma postura ético-política de enfrentamento das violências coloniais, questionando saberes e práticas que possam reproduzi-las. 

Portanto, como Rejane ressalta, a construção de uma Psicologia Indígena se dá a partir do (re)conhecimento “das cosmologias, especificidades na cultura, modos de viver, pensar e sentir, assim como formas de conhecimento e saberes” dos povos indígenas que possam embasar nosso saber-fazer.

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Para o aprofundamento desse debate, deixamos algumas indicações:

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