Autoria: Fabiane Kravutschke Bogdanovicz (CRP-08/19219)
Economia Solidária (EcoSol) é uma proposta de produção, consumo, prestação de serviços, comercialização e organização da vida e das relações entre as pessoas e o mundo que se constrói a partir de pessoas da classe trabalhadora organizadas coletivamente e de forma autogestionária, sem hierarquias, com apoio mútuo. Trata-se da construção de um sistema econômico colocando o foco nos seres humanos, no meio ambiente e no bem viver, em vez de no lucro e acúmulo.
Nas experiências da EcoSol, com cooperativas, associações, fábricas recuperadas, grupos informais, entre outros, os meios de produção são de posse coletiva das pessoas que trabalham naquele empreendimento, e todas as decisões são tomadas coletivamente, em uma democracia participativa.
A EcoSol proporciona vivências que buscam construir outros valores para além da individualidade e da competitividade, como solidariedade, equidade, corresponsabilidade, justiça social, emancipação, protagonismo, valorização dos diversos saberes, cooperação, confiança mútua, consciência ambiental, pertencimento, e afins.
Considerando que trabalho se relaciona não apenas com a produção e a distribuição de produtos e serviços, mas também com a recriação da vida de cada pessoa e sociedade, o sujeito no trabalho constitui o mundo e é constituído por ele. Por isso, é preciso pensar no trabalho para além do emprego, mas como um espaço de construção de mundo, de subjetividades e de relações, que pode reproduzir as desigualdades capitalistas (não apenas de classe, mas de gênero, raça e etnia, idade, de corpos com ou sem deficiência, etc.) ou pode propor reorganizações com alternativas capazes de enfrentar tais desigualdades apostando no que as coletividades podem trazer à tona de melhor em cada ser humano.