Em 10 anos, o índice de assassinatos delas subiu 54,2%. Elas são 58,86% das vítimas de violência doméstica e 65,9 % das mulheres que sofrem violência obstétrica. Essas mulheres têm duas vezes mais chance de serem assassinadas do que as de outra cor de pele.
É nesse contexto de violência e medo que as mulheres negras vivem. Comemorado no dia 25 de julho, o Dia Internacional da Mulher Negra Latinoamericana e Caribenha foi criado em 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, ocorrido na República Dominicana.
A data fortalece e amplia as organizações e a identidade das mulheres negras, tornando-se um marco internacional de sua luta e resistência em uma sociedade que oprime seu gênero e sua raça. Em uma sociedade construída a partir do racismo e do patriarcado, sobram poucos espaços para a mulher negra.
Segundo a doutora em Psicologia Gabriela Reyes, é de extrema importância o reconhecimento da história das mulheres negras que estiveram no centro das lutas e dos movimentos sociais e culturais. “Se nossa história for vista como algo para se orgulhar, se formos notadas, vistas, respeitadas, nossas futuras gerações terão orgulho de nós”, diz.
No Brasil
Em 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff sancionou a lei nº 12.987, a qual criou o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza foi uma líder quilombola que viveu no país durante o século XVIII. Sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas. Benguela foi presa em uma emboscada e morreu por inanição alguns dias depois de sua captura.