Há mais de 300 anos, em um dia 20 de novembro, morria Zumbi dos Palmares, um dos grandes líderes da luta contra a opressão aos negros. Atualmente, esta data marca o Dia da Consciência Negra. Um dia como hoje é importante por representar a luta contra o preconceito e a violência que ainda persistem em existir em nossa sociedade. “Essas representações sociais preconceituosas no trabalho, na família, religião, espaços de lazer, escolas, entre outros, fazem parte do imaginário coletivo e perpetuam práticas discriminatórias”, afirma a Psicóloga Michely Ribeiro da Silva (CRP-08/18161), da Rede Mulheres Negras.
Segundo o coordenador da Comissão Étnico-Racial do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), Jefferson Olivatto da Silva (CRP-08/13918), o racismo, além de causar sofrimento, também cria barreiras para o acesso a direitos como educação, saúde, segurança: “O preconceito alimenta a violência em quem o pratica e a angústia de quem sofre. É preciso romper com o mito da meritocracia. Não basta a ‘vontade pessoal’ para acabar com o racismo. Isso não vai garantir o atendimento correto em um posto de saúde, não vai fazer com que acabem os abusos em revistas da porta giratória em bancos, por exemplo”.
Nesse contexto, a Psicologia pode contribuir no reconhecimento e interpretação do sofrimento da população negra. “A Psicologia contribui na discussão sobre a importância do vínculo, da afetividade, que possibilitam o bem-estar nas relações humanas”, explica Michely.Imagem: página da Marcha das Mulheres Negras no Facebook

Marcha pela igualdade
Nesta semana, entre os dias 16 e 18 de novembro, aconteceu em Brasília a Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e Pelo Bem Viver 2015, que contou com o CRP-PR como apoiador.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 49 milhões de mulheres negras, que sofrem com o racismo, o machismo e as desigualdades socioeconômicas – muitas têm dificuldades de acessar o mercado de trabalho formal e ganham salários menores. Além disso, a própria representação estética cria uma imagem negativa da beleza negra.
Assim, a Marcha teve por objetivo articular as mulheres negras brasileiras, organizações de mulheres negras, assim como outras organizações do movimento negro e de todo tipo de organização que apoie a equidade.
Imagem: página da Marcha das Mulheres Negras no Facebook