O CRP-PR acompanha com preocupação os desdobramentos que envolvem o fechamento dos sete cursos de graduação da Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar). Desta forma, vem a público prestar solidariedade aos professores e estudantes da instituição.
O CRP-PR lamenta a situação financeiro-administrativa pela qual passa a Associação Evangélica. Afinal, é uma referência para área da saúde em todo Estado do Paraná.
Através do setor de comunicação, o CRP-PR ouviu a coordenadora do curso de Psicologia, Roseli Hauer, que esclareceu a situação. Hoje, quase uma semana depois de conseguir na justiça uma liminar que anula a suspensão dos cursos de graduação (concedida no dia 29 de janeiro), funcionários da Fepar cumprem horário de trabalho normalmente. Hauer conta que, até o momento, nenhum funcionário ou professor foi demitido. “Estamos trabalhando até mesmo por medo de que eles aleguem abandono de emprego, mas a faculdade está parada. Eles estão desrespeitando a liminar, que orienta a reabertura dos cursos”. Segundo ela, nenhum trabalho neste sentido está sendo feito, e tanto ela como os demais 135 docentes continuam sem saber o dia de amanhã. “As aulas deveriam voltar na próxima segunda-feira (09), e nesta semana normalmente estaríamos realizando reuniões de coordenação, mas os professores continuam em casa”, lamenta.
Os alunos da faculdade já estão realizando o processo de transferência para as duas universidades que se dispuseram a acolhê-los, Universidade Positivo e Universidade Tuiuti do Paraná. “Muitos alunos estão tristes, pois sonhavam em se formar na Fepar e valorizam a qualidade de ensino pela qual primamos durante todos os anos em que trabalhamos aqui”, lembra Roseli. Caso os cursos voltem a funcionar normalmente, os alunos poderão voltar e receber integralmente os valores pagos nas demais instituições de ensino.
Além de professores e alunos, a comunidade também foi prejudicada com a decisão. “Atendíamos uma média de 300 pessoas por mês somente na Psicologia, sem contar os atendimentos realizados pelos demais cursos”, conta a coordenadora. Estas pessoas que contavam com o atendimento dos serviços-escola ficaram totalmente desassistidas. “Chegaram e viram a porta fechada. Nenhum aviso na porta, ninguém para atender ao telefone”, conta, sem esconder a indignação. Ainda segundo Roseli, os procedimentos para encaminhar os materiais utilizados nos atendimentos, bem como resultados de testes, estão sendo orientados pela Comissão de Orientação e Fiscalização do CRP-PR.
Entenda o caso
Em dezembro de 2014, os cursos de Enfermagem, Medicina Veterinária, Nutrição, Psicologia, Tecnologia em Gestão Ambiental, Fisioterapia e Teologia foram cancelados sob a alegação de que davam prejuízo à instituição e que esta era uma medida necessária para o saneamento das finanças.
Na decisão do interventor nomeado em 17 de dezembro, apenas o curso de Medicina se manteve ativo. De acordo com nota publicada no site do sindicato dos professores, no entanto, a planilha financeira da instituição demonstra que os cursos de Medicina, Veterinária e Psicologia dão lucros, e que os prejuízos dos demais cursos são inferiores aos resultados positivos dos primeiros.