O Conselho Regional Psicologia do Paraná (CRP-PR) tomou conhecimento nesta sexta-feira (01) de que o Centro Universitário Uningá, em Maringá, vem utilizando as redes sociais para veicular anúncio sobre um curso de Psicologia a ser oferecido na modalidade a distância (EaD). Diante disto, o CRP-PR solicitou por ofício informações sobre a carga horária total e o percentual de disciplinas que estariam previstas na modalidade EaD, o início previsto para o curso, a grade curricular, projeto pedagógico, tecnologias e infraestrutura, relação de docentes, entre outras.
O CRP-PR também está em contato com outras instituições competentes como o Ministério da Educação e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e se posicionará sobre o fato assim que obtiver as informações necessárias.
Psicologia se aprende com presença
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o CRP-PR vêm atuando sistematicamente na articulação política para garantir a qualidade do ensino e da formação em Psicologia. No último dia 24 de outubro, o CFP publicou uma nota conjunta com a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) em que explicam os motivos para o posicionamento contrário à graduação em Psicologia na modalidade EaD.
Segundo o documento, não existem cursos de Psicologia com carga horária EaD superior a 20% do total autorizados no país, em virtude da recomendação do Conselho Nacional de Saúde. Além desse limite percentual, é preciso considerar que atividades como avaliações, estágios, práticas profissionais e de laboratório e defesa de trabalhos devem ser obrigatoriamente realizadas de forma presencial, conforme o Decreto nº 9.057 de 2017.
Por que devemos defender a educação presencial?
O documento do CFP, ABEP e Fenapsi explica que está havendo, no Brasil, um grande aumento na oferta de cursos privados “em que a educação se transformou em um negócio e não em um direito social, a despeito do empenho e seriedade das coordenações de curso e corpo docente”. A formação em Psicologia, no entanto, requer o aprendizado de habilidades que só podem ser ensinadas presencialmente, como “a empatia com o sofrimento e os dilemas da vida vivida, pela capacidade de compreender e dialogar com as muitas formas de pensar e ser, contidas em nossa cultura e diversidade nacional”.
As instituições ainda defendem que “a recusa da oferta de cursos de graduação em Psicologia não se constitui em resistência ao uso das tecnologias nos processos ensino-aprendizagem”, mas sim “nos requisitos essenciais à constituição de uma identidade profissional comprometida, competente e ética”.