Pesquisar
Close this search box.

Notícia

CRP-PR lança glossário de direitos humanos com termos que devem ou não ser usados

Você já leu alguma edição muito antiga de um livro ou jornal datado do século passado e percebeu que muitas palavras eram escritas de forma bastante distinta da atual? Ou, então, percebeu expressões que já caíram em desuso? Isso acontece porque a linguagem humana acompanha o desenvolvimento e evolução da sociedade. Novos entendimentos, novas ideias e novas necessidades levam a novas palavras, ou à extinção de antigas que já não servem mais – seja pelo contexto ou porque reproduzem violências e opressões.

Pensando em atualizar a maneira como nos comunicamos, em atenção aos direitos humanos e às pautas defendidas pelo XV Plenário, o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) lança neste 12 de agosto, Dia Nacional dos Direitos Humanos, um glossário que reúne palavras, termos e expressões muito comuns em nosso cotidiano, mas que não devem mais ser usadas por conterem ofensas a determinados grupos sociais, e também termos novos que vêm sendo utilizados para descrever comportamentos ou vivências antes invisibilizados.   

No glossário, você encontrará expressões divididas por categorias: gênero e sexualidade; relações étnico-raciais; expressões racistas; estudos da deficiência; expressões capacitistas; expressões machistas; processos migratórios; violências; população em situação de rua; e direitos da infância e adolescência.

Conselheire Fabiane Kravutschke Bogdanovicz (CRP-08/19219), que participou do Grupo de Trabalho (GT) composto por representantes de diversas comissões e núcleos do CRP-PR que deu origem ao glossário, destaca que, para a Psicologia, a linguagem é um importante instrumento de mediação na relação entre o sujeito e o mundo, de forma que algumas psicoterapias colocam a fala em um lugar central. “Considerando ainda que o Código de Ética da Psicologia impõe que profissionais devem atentar para as relações de poder, a Psicologia não pode ser omissa ou, pior, cúmplice do uso da linguagem para reprodução de preconceitos e estigmas”, afirma.

O processo de elaboração do glossário, Fabiane aponta, levou em consideração temáticas relativas aos direitos humanos, a partir das experiências de quem integrou o GT, sobre as quais houve o entendimento de que havia palavras que precisavam ser problematizadas devido à etimologia preconceituosa ou porque podem causar, de alguma forma, sofrimento em grupos historicamente vulnerabilizados. “Este não é um compilado exaustivo sobre o tema, e a intenção é que seja constantemente repensado, conforme as discussões sobre as temáticas dos direitos humanos forem avançando”, salienta. “Assim, um objetivo deste material é causar estranhamentos e deslocamentos para quem nunca atentou para essas questões, e possibilitar reflexões e diálogos, instrumentalizando a categoria a pensar criticamente sobre como a escolha dos termos que usamos reflete relações de poder, preconceitos e desigualdades estruturais, desinvisibilizando-as.”

plugins premium WordPress

Utilizamos cookies e tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies.