Quem usa redes sociais já deve ter percebido o aumento expressivo do número de anúncios, propagandas, pessoas vendendo produtos e serviços, ou mesmo disseminando e defendendo suas ideias frente a uma ampla gama de temas.
Contudo, as plataformas e aplicativos nos quais esse marketing digital é desenvolvido têm suas especificidades, suas métricas próprias para permitir (ou impedir) que os conteúdos cheguem a muitas pessoas. Sendo assim, temos verificado uma quantidade cada vez maior de profissionais de publicidade, vendas e mesmo da Psicologia ofertando cursos e consultorias para ensinar Psicólogas(os) a alcançarem o almejado engajamento.
As “receitas de ouro” passam geralmente pela constância das publicações; o volume de material produzido; formato, resolução e estética de imagens e vídeos; restrição da quantidade de texto e da complexidade das abordagens; estratégias de relacionamento com o público; uso e abuso dos recursos da moda para entregar um conteúdo palatável, amistoso, desejável.
Nesse contexto, percebe-se muitas vezes o esvaziamento de conceitos e diagnósticos, a patologização de fenômenos e relações, o uso de termos pretensamente técnicos para ressaltar ideias absolutamente do senso comum.
Por isso, o Sistema Conselhos de Psicologia tem pautado esse tema em diversas instâncias. E o CRP-PR se insere propositivamente nesse cenário, a partir de várias de suas comissões, em busca da produção de referências que apoiem as(os) profissionais em sua prática. A pergunta que nos orienta é: como fazer um bom uso das redes sociais, alcançando a visibilidade pretendida, com embasamento e intencionalidade de conteúdos bem definidos, de modo a contribuir de fato com a promoção de saúde em sociedade?
É evidente que esse debate não se encerra nesta publicação, mas esperamos que seja um bom disparador para os diálogos e construções que seguem em curso.
Boa leitura e reflexão a todas e todos.