
Em 2019, a Organização das Nações Unidas (ONU) escolheu o combate ao preconceito como tema do Dia Mundial de Conscientização do Autismo (02 de abril). O enfoque está na fala do Secretário-Geral da entidade, António Guterres, que disse, em matéria publicada na página oficial da ONU, que auxiliar as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a atingir seu máximo potencial é parte “vital” de um esforço para cumprir uma promessa da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável: “não deixar ninguém para trás”.
Para cumprir o objetivo de garantir plenos direitos e qualidade de vida para as cerca de 70 milhões de pessoas no mundo que convivem com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) – sendo 2 milhões apenas no Brasil, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)–, Psicólogas(os) exercem papel fundamental. Por isso, o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) já publicou algumas reportagens, nos últimos anos, com informações úteis tanto para a sociedade quanto para a categoria profissional.
Em 2018 (leia aqui), a Psicóloga Clarice Moro Ricobom (CRP-08/07931) falou sobre os principais sinais do autismo e sobre a importância do acompanhamento para paciente e familiares – que também precisam de orientação e cuidados terapêuticos devido à intensa dedicação à criança. Segundo ela, o TEA é caracterizado por diversos graus de deficiência em habilidades de comunicação e interações sociais e por padrões de comportamento restritivos e repetitivos. Em alguns casos, os sinais podem ser percebidos desde muito cedo: “São crianças muito isoladas, muito fechadas, tanto que o primeiro sinal de autismo que a gente percebe no bebê é o não olhar nos olhos, evitar o contato visual. São bebês que, quando estão mamando, por exemplo, não olham para o rosto da mãe, mamam olhando para a luz. Algumas terão atrasos na linguagem, podendo até não falar”.
A profissional também desmitificou uma crença de que pessoas com autismo não possuem sentimentos. “Depende muito de cada criança, tem criança que vem, beija, abraça, mas tem crianças que não toleram o contato, e aí você forçar isso é muito agressivo para ela. É um olhar para cada criança individualmente”, afirmou.
Mas, qual abordagem ou técnica usar?
Diante da dúvida de muitas pessoas sobre as técnicas ou abordagens mais adequadas para o tratamento de pessoas que apresentam sintomas de TEA, a Revista Contato trouxe, na edição março/abril de 2019 (leia aqui), uma reportagem especial intitulada “Vários caminhos, o mesmo ponto de chegada”. O texto é uma compilação de informações contidas no manual “Transtorno do Espectro Autista – Orientação Técnica para Terapias” e faz uma breve explanação sobre as técnicas ABA (Análise Aplicada do Comportamento), PAD (Programa de Aprendizagem e Desenvolvimento), ESDM (Modelo Denver de Intervenção Precoce), Terapia Cognitivo-Comportamental, Teacch e Metodologia DIR/Floortime.
A reportagem destaca que “escolher a ferramenta mais adequada e para a qual a(o) profissional está capacitada(o) é parte da autonomia profissional e deve ser uma decisão da(o) Psicóloga(o)”. Além disso, salienta que “podem existir questões intrínsecas ao caso atendido para as quais uma ou outra técnica ou abordagem possa se mostrar mais adequada, sem que isso signifique que uma é mais ou menos eficiente do que a outra”.
Em 2017 (leia aqui), o CRP-PR publicou uma reportagem que reunia alguns sinais que podem indicar que a criança apresenta algum nível do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Confira:
1. Correr de um lado para o outro, bater palmas ou chacoalhar as mãos para cima e para baixo;
2. Alinhar brinquedos, observar objetos aproximando-se exageradamente deles;
3. Hábito de cheirar ou lamber objetos;
4. Sensibilidade a sons;
5. Tendência a rotinas ritualizadas e rígidas;
6. Não desenvolver a fala ou perder tanto a fala como as habilidades sociais já adquiridas;
7. Entonação e volume de voz que chamam a atenção e dificuldade para expressar diferentes sentimentos, preferências e vontades.
Eventos
A Associação União de Pais Pelo Autismo (Uppa) promoverá uma tarde de eventos no Parque Barigui, em Curitiba, no próximo domingo (07). A Caminhada Azul começará às 13h e as atividades recreativas seguem até o final da tarde. Mais informações na página do evento no Facebook.