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A Psicologia diz NÃO ao Marco Temporal: demarcação de terras indígenas é saúde mental

Em 2025, o Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) marcou presença no Acampamento Terra Livre, maior encontro de mobilização indígena do país. Em sua 21ª edição, o ATL aconteceu em Brasília-DF entre os dias 07 e 11 de abril. A delegação do CRP-PR foi formada por Ana Lúcia Ortiz Martins, Danieli Finhgre Felix, Ananda Maquehue e Ayla Krig Si Wollinger Fernandes.

Com o tema “Apib somos todos nós: Em defesa da Constituição e da vida”, o encontro deste ano teve entre seus destaques a defesa da formação de uma Comissão Nacional Indígena da Verdade (CNIV), violência contra mulheres indígenas, Marcha em defesa da constituição e da vida, além de debates sobre conflitos e perspectivas nos territórios indígenas, saúde, transição energética e acordos precedendo a realização da COP30 – a  30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro em Belém-PA. 

A Psicologia esteve presente no evento demarcando seu posicionamento em favor da demarcação de terras indígenas e contra o Marco Temporal, uma disputa jurídica que ameaça os direitos destes povos aos seus territórios e, consequentemente, acarreta danos à saúde mental, uma vez que o Bem-Viver dos povos indígenas está intrinsecamente relacionado ao lugar onde vivem.

Neste sentido, o Núcleo de Povos Indígenas do CRP-PR vem atuando de forma consistente para construir uma Psicologia “comprometida com a construção de uma sociedade mais justa e plural, em respeito profundo às lutas, culturas e direitos dos povos indígenas”, palavras trazidas no último dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas

Assim, sempre lembramos que, para além das importantes datas ou eventos que marcam a luta dos povos indígenas, “profissionais da Psicologia têm papel fundamental na promoção de saúde mental que respeite e valorize plenamente as especificidades culturais, históricas e espirituais dos povos originários”.

Cabe lembrar uma vez mais as palavras de profissionais indígenas que compõem este Núcleo no CRP-PR, reafirmando que “cabe à Psicologia atuar de forma crítica e decolonial, contribuindo com processos coletivos de resistência, acolhimento das demandas psicossociais e enfrentamento das violências institucionais”. Profissionais devem, assim, implementar diariamente uma prática profissional que esteja “alinhada à valorização dos saberes ancestrais, escuta sensível e compreensão ampliada sobre os impactos psicológicos decorrentes das violências históricas e estruturais.”

Na primeira foto, da esquerda para a direita, a psic. Danieli Finhgre Felix (CRP-08/45100) e a estudante Ana Lúcia Ortiz Martins, integrantes do Núcleo Psicologia e Povos Indígenas do CRP-PR, ao lado da psic. Itaynara Tuxá (CRP-03/21010), representando o CRP da Bahia, seguida da psic. Ananda Maquehue (CRP-08/39983) e da estudante Ayla Krig Si Wollinger Fernandes, também integrantes do Núcleo Psicologia e Povos Indígenas do CRP-PR, e de Nita Tuxá (CRP-03/25213), representando o CFP, durante o ATL 2025.

Na foto da direita, grande grupo de pessoas segura faixas onde se lê: Psicólogas dizem não ao Marco Temporal. Demarcação Já. No chão, cartazes com dizeres: Mulheres da Caatinga, do Cerrado, da Amazônia, da Mata Atlântica e do Pampa na construção do Bem-Viver.

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