*Fonte: Conselho Federal de Psicologia (CFP), com adaptações
Um conjunto de entidades da Psicologia e do Serviço Social divulgou nota conjunta clamando por um basta à violência nas escolas. O comunicado presta solidariedade às vítimas de um ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo. O episódio soma-se a outros, ocorridos em diferentes estados do país recentemente.
O documento é assinado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), pela Federação Nacional de Psicólogos (FENAPSI), pela Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS).
No comunicado, as entidades lamentam o ambiente do ódio e das armas mobilizado por organizações de viés nazista, masculinista e de extrema direita, as quais usam redes sociais para incentivar a juventude a cometer violências nos espaços escolares.
“É preciso que escolas e todas as instituições democráticas repudiem a naturalização da violência e contribuam com a cultura do respeito e da solidariedade como valores essenciais na formação de nossas crianças e adolescentes”, afirmam as entidades.
A nota destaca a importância da atuação de profissionais da Psicologia e da Assistência Social na promoção da boa convivência escolar, no enfrentamento da violência e de preconceitos na escola – conforme estabelecido pela Lei 13.935/2019, que garante a presença obrigatória dessas categorias para compor equipes multiprofissionais na educação básica.
Neste 28 de abril, Dia Mundial da Educação, o CRP-PR soma-se às entidades signatárias da nota para combater a violência e reivindicar a segurança de crianças, adolescentes e profissionais no ambiente educacional.
No Paraná, o tema traz memórias de truculência envolvendo a educação também fora das escolas, como a que resultou no Massacre de 29 de abril, em Curitiba. Em 2015, um grupo de profissionais do serviço público, majoritariamente da educação, manifestava-se contra um projeto de lei que alterava o custeio da previdência, quando foi agredido pelas tropas da polícia sob ordens do então governador.
O ataque deixou mais de 200 pessoas feridas sem que nenhum agente do Estado fosse responsabilizado. Anos depois, docentes ainda se recordam da retaliação desarrazoada, da sucessiva retirada de direitos e dos retrocessos em políticas educacionais no Paraná.
O coordenador da Comissão de Psicologia Escolar e da Educação do CRP-PR, psicólogo Pedro Braga Carneiro (CRP-08/13363), destaca o papel da escola e os desdobramentos do que acontece em seu ambiente. O profissional afirma que ela é um catalisador do contexto social em que vivemos, no qual a tônica das nossas relações ganha intensidade e visibilidade.
Acerca dos episódios que trazem a violência a um lugar que deve ser permeado de segurança e tolerância, Pedro é categórico em sua análise, ao dizer que esse fenômeno demonstra como nossas relações estão adoecidas, truculentas, insustentáveis. “Para vivermos um ambiente mais seguro na escola, precisamos construir relações mais saudáveis socialmente, reivindicando melhores condições de vida para toda a população”, conclui o psicólogo.
Nesse cenário, psicólogas(os/es) e assistentes sociais também podem contribuir, portanto, para o acompanhamento de estudantes e suas famílias, apoiando a promoção de um ambiente escolar democrático, de respeito à pluralidade e à diversidade humana.
Para ler a nota conjunta na íntegra, clique aqui.