Convenções sociais de como as pessoas devem sentir e trocar afeto têm um papel muito maior do que geralmente percebemos nas construções de ideais de relacionamentos. Algumas destas convenções, como o binarismo e o monossexismo, afetam diretamente como pessoas bissexuais entendem a si próprias, e também como a sociedade as percebe.
A bissexualidade é tida há décadas como uma “fase”, “indecisão” ou “medo de assumir-se homossexual” – falas que a invalidam e invisibilizam, embora muitas pessoas que a vivenciam afirmem veementemente que é muito mais do que uma combinação de “duas coisas”, ao mesmo tempo que não se limita ao “ou é uma coisa, ou é a outra”.
No dia 23 deste mês é celebrada a Visibilidade Bissexual. Neste dia – assim como em tantos outros do ano – denunciamos o apagamento bissexual sistêmico, as várias formas de bifobia e a heterossexualidade compulsória resultantes das convenções sociais que permeiam nossa cultura. E, mais que isso, celebramos nossas existências e reivindicamos o reconhecimento e validação das nossas experiências.
O CRP-PR, em consonância com o compromisso de acolher as diversas faces da Psicologia, oportuniza um espaço de fala e escuta para pessoas bissexuais, reforçando a importância de que as vivências destas pessoas sejam devidamente acolhidas e compreendidas. Este Conselho, em consonância com o compromisso ético e científico, traz as vozes destas pessoas também como um lembrete de que, em se tratando de saúde, a violência, o silenciamento e o apagamento são alguns dos principais responsáveis pelo adoecimento psicológico de minorias sociais.