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Notícia

14 de julho: Dia Internacional das Pessoas Não Binárias

Texto escrito por Fabiane K. Bogdanovicz (CRP-08/19219) e Tate Estrutika Montes (CRP-08/35847), psis não bináries do Núcleo Transcentrado do CRP-PR

Em 14/07 comemora-se o Dia Internacional das Pessoas Não Binárias, que são aquelas que não se identificam exclusivamente com o gênero feminino ou masculino, podendo ter uma identificação parcial, neutra, fluida ou divergindo completamente da classificação binária de homem ou mulher.

A identidade de gênero é uma experiência interna e subjetiva sobre autoidentificação. Assim, a pessoa pode se identificar com o gênero que lhe foi atribuído pelo saber-poder da Medicina (sendo, então, uma pessoa cisgênera), ou não se identificar com ele (sendo, assim, uma pessoa transgênera).

A binariedade de gênero diz respeito à classificação dos corpos considerando apenas a diferenciação aparente, especialmente da genitália externa, classificando indivíduos em homens (pessoas possuidoras de pênis) ou mulheres (pessoas possuidoras de vulvas).

Os corpos humanos são plurais e diversos, e essa divisão binária simplista não condiz com a realidade, invisibilizando, ainda, a existência das pessoas intersexo, cujos corpos não se enquadram nas definições reducionistas de sexo feminino ou masculino, podendo abranger características físicas, cromossômicas e/ou hormonais, em um amplo conjunto de mais de 40 variações.

Além da grande diversidade biológica dos corpos, existe uma enorme variedade sociocultural no que se refere a gênero. Muitos povos possuíam, antes da colonização (ou ainda possuem), mais possibilidades de identidades de gênero do que apenas duas, sendo possível citar as identidades winaq, berdache, muxe, quariwarmi, imedu aredu two-spirit apenas nas Américas. A imposição da cisgeneridade é um projeto colonial, desumanizador e limitador da ampla variedade de corpos, expressões e identidades de gênero.

Enquanto profissionais da saúde mental, devemos embasar nosso trabalho nos direitos humanos, incluindo o respeito ao nome social e ao pronome que a pessoa deseja utilizar. Nem toda pessoa não binária fará uso de pronomes e linguagem neutros, mas essa é uma decisão da própria pessoa e não de outrem, e deve ser respeitada.

As identidades não binárias existem, são válidas e legítimas, e devem ser respeitadas!

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